Caim e Abel na Dualidade Política
Como o arquétipo dos irmãos rivais subsiste através da expressão de certas ideias e comportamentos. O simbolismo e a mentalidade inegável do conflito dos irmãos ao longo das eras.
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Caim e Abel representam arquétipos da disputa pelos recursos da terra. Na antiga Suméria dois deuses: Emesh (verão) e Enten (inverno), que inicialmente foram confiados por Enlil, um das colheitas e agricultura e outro dos animais e gado, mas tiveram uma grande disputa.
Um problema semelhante surgiu entre Ashnan (deusa do grão) e Lahar (deusa do gado). Depois de uma discussão bêbada, eles brigaram e Enlili e Enki tiveram que mediar entre eles.
Os próprios Enlil e Enki (Ar e Terra) disputavam a herança do reino dos anunnaki na terra. A vida dos deuses se associa, nas tábuas sumérias, a busca por recursos valiosos da terra.
Segundo Francesco Darder, Caim e Abel "indica, entre outros temas, o processo evolutivo da sociedade humana. Começa com a menção de fazendeiros (Caim) e pastores (Abel), depois aponta para a origem das cidades (Enoque) e a presença dos pastores que vagavam ao seu redor (Yabel), então sugere o desenvolvimento cultural das cidades ( Yubal), para terminar referindo-se à evolução técnica que culminou na forja do bronze e do ferro (Tubalcaín)."
A luta ente irmãos nos mitos estão sempre relacionados à disputas por primogenitura e territórios. O caráter errante de Caim tem o simbolismo da busca por terras para adquiri-las.
Sua relação com a figura de Tubalcaín, forjador de ferramentas de bronze e ferro (Gn 4,22), parece indicar que significa "falsificador". Com mais certeza, pode estar relacionado com a raiz hebraica "adquirir"; assim, indicaria o “quem adquire”, “aquele que adquire a terra”, ou seja, o lavrador, pois “Caim era lavrador” (Gn 4,2).
O apelido "Abel" significa literalmente "respiração", e com carga mais poética, "aquele que é menos que nada". O livro de Revelação associa a perseguição sofrida pelos cristãos com o mesmo sentido com que é descrito o clamor do sangue de Abel desde a terra. O pastoreio e o uso de animais como oferta está teologicamente ligado ao cordeiro e a comparação entre os cristãos e as ovelhas. Durante toda a história, a morte de cristãos refletem a morte do cordeiro Jesus. O baixo valor a vida cristã perante seus inimigos absorve o sentido de que são "menos que nada", cuja vida não importa.
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